26/06/12

Quebrantahuesos 2012 – fim de semana com muita a(l)titude !!

Já pelo menos desde o ano de 2010 que tentava, sem sucesso, participar nesta que é considerada por muitos como uma das melhores provas ciclo turísticas da atualidade, o QUEBRANTAHUESOS. Este evento que vai já na 22ª edição, realizou-se em Sabinanigo (Huesca – Espanha), em plena cordilheira dos Pirinéus, entre Espanha e França, e tinha dois percursos possíveis, o Quebrantahuesos, com 205 kms, e o Treparriscos com cerca de 90 kms.
O processo de seleção não é fácil, primeiro existe um período de pré-inscrição, onde pagas 5€, e não tens certeza de que vais ser selecionado, e depois vem o sorteio, e se tiveres a sorte de seres selecionado vais de certeza viver momentos inesquecíveis. Eu não fui selecionado na 1ª fase, fui depois numa 2ª fase repescado, e depois de pagar a inscrição tinha nas mãos o bilhete para uma grande aventura!
Inscrevi-me no Treparriscos, talvez um pouco receoso do que a altimetria do Quebrantahuesos mostrava, mas também considerando os kms que teria de fazer para me deslocar até Sabinanigo…
A viagem de carro na véspera foi dura, cerca de 9 horas e quase 1000 kms, mas como diz o ditado “quem corre por gosto não se cansa”. Queria chegar cedo para levantar o dorsal e evitar alguma confusão, mas a confusão “organizada” à chegada era já muita e esperada, estacionar não foi muito fácil, no entanto levantar o dorsal não demorou mais de um minuto. Depois disto tudo sabia que ainda tinha de me deslocar mais 45 kms até Formigal, perto da fronteira de Espanha com a França, onde iria tentar descansar alguma coisa. À chegada ao hotel uma boa surpresa, encontrei o Pedro, um português que gostava de bicicletas e trabalhava por aquelas bandas, e que me fez sentir em casa!
A noite foi curta e o despertar de sábado foi muito cedo, tinha de tomar o pequeno-almoço e sabia que ainda tinha quase 1 hora até Sabinanigo.
Aquela hora parecia impossível de onde tinha surgido tanto carro e tanta bicicleta. O caminho até Sabinanigo foi rápido, alguns utilizavam já a bicicleta. Apesar de algumas filas à entrada de Sabinanigo, consegui estacionar facilmente e relativamente perto do local da partida, depois foi preparar a bicicleta e esperar.
Os quase 9.000 participantes no Quebrantahuesos partiram às 7.30h, tinham pela frente duas centenas de kms e a subida a quatro montanhas de muito respeito: Puerto de Samport, Col de Marie-Blanque, Col du Portalet e Puerto de Hoz. Os 2.000 participantes no Treparriscos partiram meia hora mais tarde, tínhamos pela frente uma prova mais amigável, com algumas partes em comum com o percurso do Quebrantahuesos, mas que no fundo foi relativamente fácil.
Parti um pouco cá de trás mas aos poucos fui recuperando lugares, algumas subidas mais complicadas como o Hoz de Jaca e depois em Sallent de Galego, mas depois foi quase sempre a rolar. Na 2ª metade do percurso apanhei um grupo de cerca de 20 ciclistas e num abrir e fechar de olhos estávamos em Sabinanigo.
Já na véspera tinha começado a magicar uma ideia, tinha falado com o amigo Pedro e ele disse-me que certamente era possível. A ideia era descer a Laruns e depois subir ao Puerto de Portalet. E assim foi, depois de chegar a Sabinanigo devolvi o chip, comi qualquer coisa rápida e pus-me a caminho do Formigal. Deixei o carro no hotel e comecei a subir para o Puerto do Portalet, a agitação por ali já era muita, os primeiros grupos de ciclistas já desciam em grande ritmo e eu só consegui chegar à rotunda antes do Portalet. A partir daí já fui obrigado pela polícia a seguir por uma parte lateral, com grades e estreita, e com grande custo consegui chegar ao Puerto do Portalet, a fronteira da Espanha com a França.
A quantidade de pessoas que ali estava era impressionante, e a forma como apoiavam os ciclistas era indescritível. Os ciclistas chegavam ali no “red line”, era impressionante olhar para eles e pensar a quão assustadora devia ser aquela subida ao Portalet. A minha ideia era descer para depois subir, mas cedo percebi que face à polícia e às barreiras ia ser impossível.
Aguentei por ali, tirei algumas fotografias, e tentei ver se via alguém conhecido. Só conheci o Tozé Cancela, ainda lhe berrei “força Cancela”, ele olhou e disse-me qualquer coisa que não consegui perceber e continuou estrada abaixo rumo ao Formigal.
Não se via ninguém a passar para baixo e eu percebi que a minha ideia inicial iria cair por terra. Mas, eis que, surgidos do nada aparecem dois franceses, já entradotes, de bicicleta, que seguiam para baixo e gritavam para quem subia “Animo, Animo!!”, e eu pensei é agora, pulei as barreiras, subi para a bicicleta  e vou atrás deles “Animo, Animo!!”.
A paisagem era de sonho, mais uma curva, mais uma reta, e toda aquela envolvência dos Pirenéus fazia-nos sentir tão pequeninos. E eu descia, descia…
Passei as quedas de água de Artouse, e já não sabia bem onde é que estava, mas estava preocupado com o que tinha de subir até Portalet. Desci mais um pouco até Gabas, comi qualquer coisa e resolvi começar a escalada, o apoio das pessoas à beira da estrada era constante.
A subida é dura, mais ainda para quem chega ali já com quase 150 kms a pedalar, inclinações de 5, 6, 7%, e é ver muitos a penar por ali acima, é assustador ver todos aqueles picos dos Pirenéus e aquelas rampas que nunca mais acabam, mas no fim chegar cá acima dá uma enorme satisfação.
Depois de chegar ao Portalet continuei até ao Formigal e depois ainda até Sallent de Galego, onde dei meia volta e regressei ao hotel em Formigal. Foram trinta e poucos kms mas com uma altimetria bastante interessante.
Domingo regressei a casa, tinha quase mais 1000 kms e 9 horas de viagem pela frente, na saída do Formigal até Saninanigo ainda encontrei muitos ciclistas que desafiavam mais uma vez aquelas duras montanhas.
Quanto à classificação fiz um tempo de 2:58:12h, com uma velocidade média de 30.0 Km/h, na posição nº 260 da tabela. Enfim, só posso mesmo dizer que foi certamente a maior aventura em duas rodas que fiz até hoje, cansado, mas muito satisfeito por ter vivido momentos inesquecíveis e ter contemplado paisagens soberbas. Até uma próxima Sabinanigo…

































19/06/12

5º Passeio BTT Nocturno "Na Rota das Minis"


7º BTT LAAC-LAACAR 2012


Ciclo Peregrinação a Fátima 2012

Mais um ano e mais uma vez me juntei aos amigos da Biciarca para cumprir esta tradição de ir a Fátima em duas rodas. Grupo fantástico que ao longo de 130 kms de boa disposição e companheirismo, com algumas peripécias pelo caminho, pedalou rumo ao santuário da Nª Sr.ª de Fátima.