14/10/08

Rescaldo da 3ª Maratona do Vale do Vouga 2008

A 3ª da Maratona do Vouga decorreu este domingo, com partida do centro de Águeda e a passagem pelas zonas mais emblemáticas do Vouga, como são o Ventoso e o Alfusqueiro, que já são a imagem de marca desta maratona com grande projecção nacional.
O sábado até tinha sido chuvoso mas o domingo aguentou-se e parecia que era desta que S. Pedro iria colaborar. Talvez o bom tempo tenha permitido que desta vez a organização tenha realmente alcançado os mil participantes e permitido também que a maratona não tenha sido tão dura quanto a do ano passado. Deviam passar poucos minutos das 9 horas quando foi dada a partida, uns primeiros kms em alcatrão e logo entrámos na terra. Tinha combinado fazer a prova com o amigo João Paulo, não partimos muito bem e a confusão foi grande à partida, pelo que só por altura do 1º abastecimento, já perto da separação dos percursos, o grosso do pessoal foi dispersando. Depois da separação dos percursos já conseguimos pedalar “mais à larga”, digamos que a confusão já não era nenhuma!!!
Se no ano passado quando chegávamos às eólicas a dureza da prova estava quase ultrapassada, este ano chegar até lá foi relativamente fácil, a dureza estava para vir depois, a subida do Seixo e depois a do Ventoso chegavam para pôr K.O. qualquer um. Claro que depois de umas “subidinhas” destas, só mesmo uma descidazona para aliviar o stress, e o que o melhor senão a descida do Ventoso!! Aquilo é ventoso, mas chegamos cá abaixo sem fôlego nenhum, é de uma dureza extrema, é boa para quem gosta de descer …
Bom depois disto estávamos no Alfusqueiro e na “Garganta”, depois foi quase a rolar até ao fim. Terminámos com 5 horas e alguns “poucos” minutos mais esta grande maratona pelas zonas fantásticas do Vale do Vouga. Parabéns à organização que mais uma vez não desiludiu ninguém e com toda a experiência que têm traçou uma maratona dura, mas fantástica!!

08/10/08

O Subprime?!

Quem não ouviu já falar na crise do “subprime” que afecta os EUA?!
Para quem ainda não entendeu ou não sabe bem o que é ou gerou a crise americana, segue breve relato económico para leigo entender...
Então é assim:
“O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o pindura dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia sifudeu !
Viu... é muito simples...!!! ”

Assim até parece fácil perceber a razão da crise! Portugal não se julgue imune desta crise, Espanha, França, Islândia, entre outros, têm já sentido pesadamente os efeitos da crise que afecta os EUA. O americanizado conceito de subprime, ou melhor a concessão de crédito de elevado risco a pessoas que normalmente não lhe teriam acesso, com taxas de juro extremamente baixas, levou ao desenfreado consumo das famílias, endividando-se muitas vezes em coisa de que não precisavam. Com o aumento da inflação (ou seja, o aumento contínuo do preço dos bens) as taxas de juro subiram e quem tinha empréstimos deixou subitamente de poder cumprir com os mesmos. Surgem as hipotecas bancárias, o desespero, o desincentivo ao consumo, toda a economia sofre, todos nós sofremos!! Portugal também vai sofrer! Quantas pessoas conhecemos que vivem acima das suas possibilidades, quantas pessoas viajam a crédito, quantas pessoas compram aquilo de que não precisam e que só compram porque o amigo também comprou? Acho que muitos não querem saber disso, logo se há-de ver, alguém há-de pagar!
Vamos ver se os nossos bancos estão a salvo desta crise, vamos ver se podemos continuar a ter confiança no nosso sistema bancário, ou vamos todos começar a levantar o nosso (pouco) dinheirito e a guardá-lo debaixo do colchão lá de casa?!?
São os efeitos da globalização financeira, lá bem no fundo é como os casamentos “é pró bem e pró mal!!”