Rescaldo do Passeio BTT “Rota das Adegas”

Sexta à tarde, depois de tratarmos de toda a logística, lá partimos todos para Vila Alva – Cuba, a viagem ainda era longa… Chegámos já bastante tarde, alguns enganos no caminho fizeram com que já só perto da meia noite as tropas estivessem mais calmas e pudesse-mos descansar um pouco.
Já à bastante tempo que tinha esta ideia de ir ao Alentejo fazer uma brincadeira destas. Desta vez consegui reunir alguns amigos e lá fomos. Este ano realizou-se já a 3ª edição deste passeio, as expectativas eram grandes, os comentários que tinha ouvido e lido a este passeio eram muito bons.
Sábado de manha partimos bem cedo para Vila Alva, tínhamos pernoitado um pouco longe e ainda tínhamos caminho para andar. Vila Alva é daquelas típicas aldeias alentejanas, muito pacata, onde fomos bem recebidos e nos sentimos como que em casa. As inscrições estavam limitadas aos 100 participantes, mas penso que seguramente estavam mais de 150. O percurso de cerca de 40 kms incluía os últimos 10 kms de andamento livre, incluía ainda 3 abastecimentos em adegas típicas, e aqui é que o caldo se entornou, ou melhor dizendo o “vinho”…
Dava para perceber que na grande maioria os participantes eram daquela zona, Cuba, Beja, Vidigueira, Santiago do Cacém… Surpresa por ali foi também a participação da Celina Carpinteiro!
A partida atrasou um pouco, mas quem é que estava preocupado com isso, castanhas assadas e vinho tinto e branco eram à descrição. Não devemos talvez ter pedalado 10 minutos quando já estávamos a parar na 1ª adega para o 1º abastecimento. Vinho, chouriça, carne assado, torresmos, tudo à descrição e com boa disposição, foi comer e beber até não querer-mos mais. As tropas começavam a animar!
Bom, não vou falar dos outros abastecimentos que ainda foram melhores que o primeiro, mas a boa disposição e o vinho iam levando a melhor.
O percurso pelos montes alentejanos foi fantástico, as paisagens eram de sonho…
Depois de sairmos do 3º e último abastecimento, faltavam mais ou menos 10 kms finais, que eram marcados e de andamento livre. Pois não sei se era do pessoal estar com apetite para o almoço, o que é certo é que a pedalada aumentou bastante. Encontrei a Celina Carpinteiro já nesta última parte do percurso, depois de descermos um monte e nos aproximar-mos de um encruzilhada e ficámos num impasse, não havia setas. E agora, direita ou esquerda? Pois fomos pela esquerda e a coisa correu mal, depois de termos percorrido mais uns montes fomos sair perto de um riacho com uma vedação de arame farpado! Bonito!
Do outro lado da vedação já se via algum pessoal que tinha optado pela solução da direita. Não havia outra possibilidade a não ser passarmos para o outro lado da vedação, com cuidado, para não rasgar o casaco e seguir viagem!
Depois deste percalço, fui sempre até ao fim na roda da Celina, o lugar no pódio era importante para a classificação no campeonato : ) , não desisti, consegui passá-la na última curva da recta da meta, ela parou para comer uma castanha assada e eu pimba, conquistei a centésima e qualquer coisa posição! Que loucura, bem bom, tinha direito a mais um caneco de tinto : )
Mas o bom da festa ainda não tinha terminado, ainda faltava o almoço (um bom rancho acompanhado de um tinto ainda melhor), acompanhado por um grupo de cantares alentejanos. Depois mais tarde começou a 3ª edição da Prova dos Vinhos do Tareco. Basicamente andamos o resto da tarde de adega em adega a beber e a comer.
Estava a ver que pelo andar da carruagem tinha de ficar para o dia seguinte. Na verdade tive pena de me vir embora, a boa disposição e a camaradagem eram grandes e saudáveis, só faltou assistir à actuação do “Leonel Nunes – O homem do garrafão”! O verdadeiro artista, digam lá se um nome destes não promete…
Enfim, lá regressámos todos a casa, cansados dos imensos kms percorridos, mas com a grande satisfação de um dia bem passado e muitas amizades que por lá fizemos. Até à próxima gentes de Vila Alva!!