05/03/08

Rescaldo da Maratona da Melhada 2008

Domingo de manhã o tempo estava um pouco nublado com o sol a ameaçar romper por entre as nuvens. O levantamento dos dorsais foi bastante demorado o que atrasou a partida em cerca de meia hora. Os “amigos da cantadinha” não quiseram vir pedalar, tinha no entanto combinado com o meu amigo Moisés e fizemos a prova toda juntos. Os cerca de 400 betetista estavam prontos para mais um dia fantástico para a prática da modalidade e a confusão dos anos anteriores em que se juntavam quase três vezes mais participantes não aconteceu, a partida foi rápida e sem muita barafunda. Depois de alguns quilómetros em estrada entrámos logo em terra e começamos a subir as encostas da fantástica Serra do Buçaco. Para abrir as hostilidades tivemos logo aquela “parede” que dava acesso ao 1º abastecimento, perto, penso eu, das portas do sol… Claro que a subida não assustou muito, primeiro porque já todos sabiam mais ou menos que seria extremamente dura e que teria de ser feita à mão, depois o pessoal ainda estava cheio de força! Mal sabíamos nós o que ainda nos esperava.
A partir daqui foi um sobe e desce constante, subidas com inclinação superior a 20 e muitos por cento, descidas muito rápidas, acho porém que o percurso foi bem escolhido, no entanto este sobe e desce constante quebrava muito o ritmo, tínhamos descidas a 30/40 kms/hora e depois tínhamos subidas em que íamos a 3/4 kms/hora. A seguir ao 1º abastecimento o grupo foi-se partindo e depois do corte para os 80 kms fizemos quase todo o caminho sozinhos até ao fim.
Os trilhos da Serra do Buçaco são realmente fantásticos, a passagem pela zona dos Moinhos é de sonho, não vale a pena agora recordar o que sofri para lá chegar. Pontos mais negativos foram os abastecimentos que deixaram muito a desejar e as marcações, por muitas vezes tivemos dúvidas por onde devíamos seguir, por acaso fomos pelo lado certo.
Para além das dificuldades naturais nas subidas, outras dificuldades houve também nas descidas com imensa pedra solta e cascalho escorregadio, propicio às quedas. Disso é prova a inflamação no meu joelho esquerdo. Depois já do acumulado de algum cansaço, dos muitos kms em cima das pernas e dos pneus da bicicleta que estavam muito cheios, também eu aterrei naqueles “apetitosos” calhaus! Felizmente foi superficial, menos sorte tiveram outros colegas, principalmente um de Lourosa que estava a ser socorrido na altura em que passámos, estava muito complicada a coisa. As melhoras!
Estive à pouco a consultar as classificações, foram pouco mais de 6 horas e meia para concluir os 80kms, na verdade o que foi importante foi participar e desfrutar as magnificas paisagens. No final foi tempo de provar o famoso leitão e como estava apetitoso!
Por fim importa referir que foram 80 kms muito, mas muito duros, com um desnível acumulado de 2230 metros (informação dada pela organização)!!! Eu repito 2230 metros. O relógio do Moisés marcou 1830 metros. Os deuses devem estar loucos ou então devem andar pouco de bicicleta e muito de moto. Realmente de moto o percurso deve fazer-se que é uma “maravilha”. Enfim, paciência, eles reconheceram que para uma 1ª vez tinham exagerado na dose, para a próxima prometeram fazer uma coisa mais acessível. A ver vamos!
Nota ainda para o grande apoio moral prestado pelos “amigos” Jordão e Mário que à civil me acompanharam em parte do percurso e me ajudaram a “levar mais longe” as cores dos “amigos da cantadinha” : )

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